conheça mais sobre a logoterapia
Viktor Emil Frankl
Viktor Emil Frankl nasceu no dia 26 de março de 1905, em Viena. Filho de Elsa, descendente de uma família aristocrata de Praga, sobrinha-neta do poeta Oskar Wiener e teria algum parentesco com o famoso rabino da cidade de Praga, chamado Loew. O pai de Frankl era Gabriel, originário de Morávia (na época, parte do Império Austro-Húngaro), com uma noção de vida espartana e estoica. Frankl se considerava tanto racional e perfeccionista, dizendo herdar essas características do pai, quanto imbuído da emotividade herdada da mãe.
Desde cedo, refletia sobre o sentido da vida:
Recordo bem a reação que tive aos 13 anos, quando fui submetido a uma aprendizagem redutora. Nosso professor de Ciências Naturais estava explicando que a vida não era senão um processo de oxidação. Então num salto me pus de pé e exclamei: “Professor, se isto é assim, que sentido tem a vida?” (FRANKL, 2003, p.55).
Ainda adolescente, tinha grande interesse pela Psicanálise, cursando ainda o Ensino Médio, se correspondia com Freud, enviando material referente às suas leituras interdisciplinares e que poderiam interessá-lo e ele prontamente respondia. Frankl, porém, preferiu seguir a corrente psicanalítica dissidente fundada por Adler, pois enquanto Freud não valorizava a busca do sentido da vida, Adler tratou desse assunto e de outros de linha existencial (XAUSA, 2012).
Quando jovem, organizou em 1925, os “Centros Jovens” para atender afetados pelo pós-guerra e onde atendia pessoas com vários problemas psicológicos, sendo a depressão e o suicídio os mais recorrentes (XAUSA, 2012).
Aos vinte e um anos de idade, ministrou uma conferência em que falou pela primeira vez em Logoterapia para um público acadêmico e nessa ocasião, ele abordou a diferença entre três tipos de valores (criativos, vivenciais e atitudinais).
Em 1930, Frankl se formou em Medicina pela Universidade de Viena e passou a trabalhar na Seção de Neurologia no Hospital de Viena, mais tarde foi para o Departamento de Psiquiatria e assim passou por outras clínicas, momento em que também publicava textos e artigos em conceituadas revistas e se dedicava a escrita de livros.
Em 1939, Frankl obteve um visto para emigrar aos Estados Unidos, entretanto, ele ficou pensativo se viajaria, uma vez que seus pais não poderiam se refugiar em outro país. Então, a fim de discernir sobre essa dúvida, Frankl foi até a Catedral no coração de Viena e ao voltar para casa, encontrou um pedaço de mármore que o pai tinha apanhado nos entulhos do que restara da maior sinagoga de Viena. Ao perguntar do que se tratava aquela peça, o pai explicou o significado: “Sobre ela se encontra uma parte dos dez mandamentos. Posso dizer–lhe de qual mandamento ela vem” (FRANKL, 2008, p. 83), e era exatamente uma das leis do Torá que afirmava “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra”. Então, essa foi a resposta que Frankl precisava. Dessa forma, permaneceu junto aos pais, não viajando para os EUA.
Nesse mesmo ano, casou-se com Tilly Grosser, pouco tempo depois ela ficou grávida, mas perdeu o bebê. O casal permaneceu junto até a deportação da família. Frankl, Tilly, seus pais e sua sogra foram deportados em setembro de 1942.
A biografia de Frankl já fala por si mesma a maneira pela qual a vida deve ser entendida e como o homem é capaz de encontrar sentido em quaisquer circunstâncias, tal como ele mesmo afirma: “Escrever um livro não é uma grande coisa, saber viver é muito mais e ainda mais é escrever um livro que ensine a viver. Mas o máximo é viver uma vida sobre a qual se possa escrever um livro” (FRANKL, 2010, p. 9). Os livros de sua autoria demonstram a coerência da Logoteoria em sua vida, bem como a práxis da Logoterapia.
Frankl foi libertado no dia 27 de abril de 1945 e em agosto voltou para Viena, onde soube que sua esposa havia falecido. Nesse mesmo mês, editou o livro “Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração”. Essa obra atingiu, em 1996, a tiragem de nove milhões de exemplares e foi considerada não só um sucesso de vendas, mas um longo sucesso, tendo sido qualificada por Karl Jaspers como um dos maiores livros da humanidade (XAUSA, 2012, p. 25).
Frankl voltou para as suas atividades e passou vinte e cinco anos na chefia do Departamento de Neurologia da Policlínica de Viena. Em 1946, conheceu e apaixonou-se por uma enfermeira da Policlínica, Eleonore Schwindt, Elly, como a chamava. Em 18 de julho de 1947, casaram-se e tiveram uma filha chamada Gabriele.
Nesse mesmo ano, foi nomeado professor de Neurologia e Psiquiatria da Universidade de Viena e publicou o livro “A Psicoterapia na Prática Médica”. Em 1948, com a tese “O Deus inconsciente”, recebeu o grau de doutor em Filosofia, publicada mais tarde na edição brasileira como “A Presença Ignorada de Deus”.
Viktor Frankl passou a dar palestras, sendo chamado pelos principais centros acadêmicos da Europa, esteve também na Argentina, nos Estados Unidos e em 1984, esteve no Brasil para presidir o I Encontro Latino-Americano Humanístico-Existencial: Logoterapia. Nessa ocasião, recebeu as chaves da cidade e a Medalha Hóspede Oficial da Cidade de Porto Alegre-RS, além do título Doutor Honoris Causa pela PUC-RS. Em 1985, foi à Brasília para presidir um Encontro de Logoterapia e em 1986, no Rio de Janeiro, presidiu o Congresso Brasileiro de Logoterapia. E assim, viajava pelo Mundo dando sua contribuição com a Logoteoria.
Em 26 de março de 1995, Viktor Frankl completou noventa anos. Segundo Xausa (2012), dias antes, ele recebeu das mãos do presidente Dr. Thomas Kleistel, a mais importante condecoração do governo da Áustria, “Grande Condecoração de Ouro com Estrela”, por serviços prestados à República da Áustria.
O presidente da Áustria e o prefeito de Viena, com a Universidade de Viena, proporcionaram um Congresso Mundial de Logoterapia e as festividades oficiais em homenagem a Viktor Frankl. Frankl indicou alguns nomes para representar os países convidados para o evento e a Dra. Izar Xausa foi escolhida como representante oficial da América Latina e do Brasil. Nesse ano foi lançado, em Viena, um livro autobiográfico em alemão, traduzido para o espanhol e traduzido para o Português em 2010, com o título “O que não está escrito nos meus livros. Memórias”.
Em agosto de 1997, foi hospitalizado com urgência, tendo sido submetido a uma cirurgia do coração e faleceu em 2 de setembro, no Hospital de Viena, aos 92 anos.
Xausa (2012) considera que em toda a obra de Frankl, percebe-se sua sólida formação filosófica. Diferente de outras escolas psicológicas, a Logoterapia reflete uma grande influência dos filósofos existenciais e de Santo Tomás de Aquino, desse modo, a questão do sentido da vida é uma reflexão psicofilosófica. A obra de Frankl, além de profunda, liberta o homem dos psicologismos e sobe às alturas do espírito humano, sendo chamada de Psicologia das Alturas.
Como alpinista que era, sempre procurou os cumes mais altos e sempre divisou paisagens mais amplas. Frankl compreende que o homem é mais do que soma e psique, ele é um ser espiritual-pessoal e, por isto, ele não é completamente condicionado e determinado, ele é quem decide se cede aos condicionantes ou se age de forma a configurar o seu existir.
Fonte: OLIVEIRA, K. G. O sentido da vida, a religiosidade e os valores na cultura surda. (Dissertação de Mestrado).
João Pessoa-PB, 2013. http://ablae.org.br/ viktorfrankl
Viktor Emil Frankl nasceu no dia 26 de março de 1905, em Viena. Filho de Elsa, descendente de uma família aristocrata de Praga, sobrinha-neta do poeta Oskar Wiener e teria algum parentesco com o famoso rabino da cidade de Praga, chamado Loew. O pai de Frankl era Gabriel, originário de Morávia (na época, parte do Império Austro-Húngaro), com uma noção de vida espartana e estoica. Frankl se considerava tanto racional e perfeccionista, dizendo herdar essas características do pai, quanto imbuído da emotividade herdada da mãe.
Desde cedo, refletia sobre o sentido da vida:
Recordo bem a reação que tive aos 13 anos, quando fui submetido a uma aprendizagem redutora. Nosso professor de Ciências Naturais estava explicando que a vida não era senão um processo de oxidação. Então num salto me pus de pé e exclamei: “Professor, se isto é assim, que sentido tem a vida?” (FRANKL, 2003, p.55).
Ainda adolescente, tinha grande interesse pela Psicanálise, cursando ainda o Ensino Médio, se correspondia com Freud, enviando material referente às suas leituras interdisciplinares e que poderiam interessá-lo e ele prontamente respondia. Frankl, porém, preferiu seguir a corrente psicanalítica dissidente fundada por Adler, pois enquanto Freud não valorizava a busca do sentido da vida, Adler tratou desse assunto e de outros de linha existencial (XAUSA, 2012).
Quando jovem, organizou em 1925, os “Centros Jovens” para atender afetados pelo pós-guerra e onde atendia pessoas com vários problemas psicológicos, sendo a depressão e o suicídio os mais recorrentes (XAUSA, 2012).
Aos vinte e um anos de idade, ministrou uma conferência em que falou pela primeira vez em Logoterapia para um público acadêmico e nessa ocasião, ele abordou a diferença entre três tipos de valores (criativos, vivenciais e atitudinais).
Em 1930, Frankl se formou em Medicina pela Universidade de Viena e passou a trabalhar na Seção de Neurologia no Hospital de Viena, mais tarde foi para o Departamento de Psiquiatria e assim passou por outras clínicas, momento em que também publicava textos e artigos em conceituadas revistas e se dedicava a escrita de livros.
Em 1939, Frankl obteve um visto para emigrar aos Estados Unidos, entretanto, ele ficou pensativo se viajaria, uma vez que seus pais não poderiam se refugiar em outro país. Então, a fim de discernir sobre essa dúvida, Frankl foi até a Catedral no coração de Viena e ao voltar para casa, encontrou um pedaço de mármore que o pai tinha apanhado nos entulhos do que restara da maior sinagoga de Viena. Ao perguntar do que se tratava aquela peça, o pai explicou o significado: “Sobre ela se encontra uma parte dos dez mandamentos. Posso dizer–lhe de qual mandamento ela vem” (FRANKL, 2008, p. 83), e era exatamente uma das leis do Torá que afirmava “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra”. Então, essa foi a resposta que Frankl precisava. Dessa forma, permaneceu junto aos pais, não viajando para os EUA.
Nesse mesmo ano, casou-se com Tilly Grosser, pouco tempo depois ela ficou grávida, mas perdeu o bebê. O casal permaneceu junto até a deportação da família. Frankl, Tilly, seus pais e sua sogra foram deportados em setembro de 1942.
A biografia de Frankl já fala por si mesma a maneira pela qual a vida deve ser entendida e como o homem é capaz de encontrar sentido em quaisquer circunstâncias, tal como ele mesmo afirma: “Escrever um livro não é uma grande coisa, saber viver é muito mais e ainda mais é escrever um livro que ensine a viver. Mas o máximo é viver uma vida sobre a qual se possa escrever um livro” (FRANKL, 2010, p. 9). Os livros de sua autoria demonstram a coerência da Logoteoria em sua vida, bem como a práxis da Logoterapia.
Frankl foi libertado no dia 27 de abril de 1945 e em agosto voltou para Viena, onde soube que sua esposa havia falecido. Nesse mesmo mês, editou o livro “Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração”. Essa obra atingiu, em 1996, a tiragem de nove milhões de exemplares e foi considerada não só um sucesso de vendas, mas um longo sucesso, tendo sido qualificada por Karl Jaspers como um dos maiores livros da humanidade (XAUSA, 2012, p. 25).
Frankl voltou para as suas atividades e passou vinte e cinco anos na chefia do Departamento de Neurologia da Policlínica de Viena. Em 1946, conheceu e apaixonou-se por uma enfermeira da Policlínica, Eleonore Schwindt, Elly, como a chamava. Em 18 de julho de 1947, casaram-se e tiveram uma filha chamada Gabriele.
Nesse mesmo ano, foi nomeado professor de Neurologia e Psiquiatria da Universidade de Viena e publicou o livro “A Psicoterapia na Prática Médica”. Em 1948, com a tese “O Deus inconsciente”, recebeu o grau de doutor em Filosofia, publicada mais tarde na edição brasileira como “A Presença Ignorada de Deus”.
Viktor Frankl passou a dar palestras, sendo chamado pelos principais centros acadêmicos da Europa, esteve também na Argentina, nos Estados Unidos e em 1984, esteve no Brasil para presidir o I Encontro Latino-Americano Humanístico-Existencial: Logoterapia. Nessa ocasião, recebeu as chaves da cidade e a Medalha Hóspede Oficial da Cidade de Porto Alegre-RS, além do título Doutor Honoris Causa pela PUC-RS. Em 1985, foi à Brasília para presidir um Encontro de Logoterapia e em 1986, no Rio de Janeiro, presidiu o Congresso Brasileiro de Logoterapia. E assim, viajava pelo Mundo dando sua contribuição com a Logoteoria.
Em 26 de março de 1995, Viktor Frankl completou noventa anos. Segundo Xausa (2012), dias antes, ele recebeu das mãos do presidente Dr. Thomas Kleistel, a mais importante condecoração do governo da Áustria, “Grande Condecoração de Ouro com Estrela”, por serviços prestados à República da Áustria.
O presidente da Áustria e o prefeito de Viena, com a Universidade de Viena, proporcionaram um Congresso Mundial de Logoterapia e as festividades oficiais em homenagem a Viktor Frankl. Frankl indicou alguns nomes para representar os países convidados para o evento e a Dra. Izar Xausa foi escolhida como representante oficial da América Latina e do Brasil. Nesse ano foi lançado, em Viena, um livro autobiográfico em alemão, traduzido para o espanhol e traduzido para o Português em 2010, com o título “O que não está escrito nos meus livros. Memórias”.
Em agosto de 1997, foi hospitalizado com urgência, tendo sido submetido a uma cirurgia do coração e faleceu em 2 de setembro, no Hospital de Viena, aos 92 anos.
Xausa (2012) considera que em toda a obra de Frankl, percebe-se sua sólida formação filosófica. Diferente de outras escolas psicológicas, a Logoterapia reflete uma grande influência dos filósofos existenciais e de Santo Tomás de Aquino, desse modo, a questão do sentido da vida é uma reflexão psicofilosófica. A obra de Frankl, além de profunda, liberta o homem dos psicologismos e sobe às alturas do espírito humano, sendo chamada de Psicologia das Alturas.
Como alpinista que era, sempre procurou os cumes mais altos e sempre divisou paisagens mais amplas. Frankl compreende que o homem é mais do que soma e psique, ele é um ser espiritual-pessoal e, por isto, ele não é completamente condicionado e determinado, ele é quem decide se cede aos condicionantes ou se age de forma a configurar o seu existir.
Fonte: OLIVEIRA, K. G. O sentido da vida, a religiosidade e os valores na cultura surda. (Dissertação de Mestrado).
João Pessoa-PB, 2013. http://ablae.org.br/